O golpe de estado contra o governo da presidenta da Dilma Rousseff e a eleição de Bolsonaro trouxeram retrocessos nas políticas sociais para as mulheres no País. É o que denunciam a ex-ministra da Secretaria Especial de Políticas Para Mulheres no governo Dilma, Eleonora Menicucci, e a integrante da Frente Regional do ABC de Enfrentamento à Violência Contra Mulher, Dulce Xavier. Elas foram as convidadas do Trocando Ideia Com Filippi da última quarta-feira (5), que debateu o aumento dos casos de violência contra a mulher durante a pandemia.
“A partir de 2016 as políticas para mulheres começaram a ser desmontadas e os orçamentos cortados”, apontou Dulce. “O orçamento da Casa da Mulher Brasileira foi praticamente zerado para 2020. E a Casa da Mulher Brasileira é um espaço físico onde estão todos os serviços que a mulher precisa numa situação de violência, inclusive um abrigo provisório”, completou.
Eleonora afirmou que é importante expor esse cenário durante a pré-campanha e campanha eleitoral deste ano para alertar às pessoas sobre os ataques aos direitos sociais conquistados em anos anteriores. “Nós não podemos esquecer o atual estado de desgoverno e desmonte das políticas de direitos, não só em relação às mulheres, mas em relação aos direitos humanos, aos direitos da população negra, da população indígena, da população deficiente, dos direitos sociais, do direito ao emprego”, disse Eleonora Menicucci.
Segundo a Ouvidoria Nacional dos Direitos humanos, em abril, no meio da pandemia do coronavírus, o número de denúncias de violações aos direitos e à integridade das mulheres aumentou 36% se comparado ao mesmo mês em 2019. Estas denúncias são feitas através do Ligue 180, número de telefone que recebe denúncias de violência contra a mulher.
Entre abril e junho, a polícia civil de São Paulo contabilizou 5.559 boletins de ocorrência de violência doméstica feitos via internet. É uma média de 62 registros por dia, ou um a cada 23 minutos.
Assista abaixo ao vídeo completo da live:
