Uma das propostas enviadas ao site do plano de governo participativo Diadema de Toda Gente sugeriu a criação de um aplicativo de entregas da própria cidade usando conceitos da economia solidária. O app seria alternativa aos programas feitos por grandes empresas, como Uber, Ifood e Rappi, que exploram os trabalhadores pagando pouco, exigindo muitas horas de trabalho e sem garantia de direitos básicos mínimos, como alimentação a quem trabalha na bicicleta, moto ou carro.
Ao invés de visar o lucro para dessas grandes empresas multinacionais, o aplicativo da cidade garantiria empregos e direitos aos moradores de Diadema e faria o dinheiro girar por mais tempo dentro da economia local, impulsionando o comércio e o serviço.
Segundo Tiago Bonini, integrante do Entregadores Antifascistas, o movimento pensa em criar um aplicativo próprio futuramente, como parte da luta contra a exploração das grandes empresas. “Queremos abrir uma cooperativa onde todos ganhem igual e o único objetivo é gerar condições de trabalho e poder ter um lazer com a família, ter 13º salário, tirar férias”, disse Bonini. Ele foi o convidado do Trocando Ideia Com Filippi de quarta-feira (12), que tratou de uberização das relações de trabalho durante a pandemia
O Entregadores Antifascistas surgiu como resposta às péssimas condições de trabalho oferecidas pelos grandes aplicativos de entrega. “Os grandes aplicativos são o melhor exemplo do fascismo”, afirma Bonini. “Eles vendem uma falsa ideia de que você é um empreendedor, mas não é assim, você é um trabalhador. Os aplicativos impõem as regras, o dia de trabalho, o local de trabalho, o quanto vão pagar. Se eu fosse empreendedor, eu decidiria isso tudo sozinho e não eles”, explica.
Em julho, entregadores de todo o País realizaram duas grande greves, o Breque dos Apps, exigindo melhores condições de trabalho das empresas que comandam os aplicativos.
Assista ao vídeo completo da live da última quarta-feira, 12 de agosto
