Filippi: incluir estudo de cultura afro e indígena nas escolas é justiça histórica

nov 24, 2021

Tão logo assumiu pela quarta vez a Prefeitura de Diadema, José de Filippi Júnior deixou claro que o primeiro ano de sua nova gestão seria dedicado a “arrumar a casa”. Com a cidade em profunda crise econômica e social, agravada pela pandemia do coronavírus, o mandatário do Executivo convocou o seu secretariado para que usasse a criatividade para superar os desafios apresentados em todas as áreas.

Um dos maiores – além da óbvia guerra contra a Covid-19 – seria recolocar a Rede Municipal de Ensino nos trilhos.Com Ana Lúcia Sanches no comando da Educação, formada por uma equipe ao mesmo técnica e ousada, a pasta fechará o primeiro ano da gestão com inúmeras conquistas. A última delas, anunciada nesta quarta-feira (24), foi a criação do programa Dandara e Piatã.

A iniciativa, que já deve entrar pra valer nas escolas no próximo ano letivo, irá “sensibilizar o corpo docente para conhecer, entender e trabalhar a história e a cultura afro-brasileira, africana e indígena, identificando e corrigindo estereótipos e preconceitos”. O passo seguinte é incluir o tema ao menos uma vez por semana dentro do cronograma de aprendizagem dos estudantes.

Para Filippi, o programa confirma a disposição da gestão para pensar e colocar em prática soluções inovadoras em detrimento do cenário desfavorável encontrado na Educação Municipal – a exemplo do que ocorreu com o Cartão Diadema, o Mais Educação, o Novo Adolescente Aprendiz,  o EJA na comunidade e, principalmente, o Escola Bem Cuidada.

“Nós pegamos a Secretaria de Educação com a máquina enferrujada. Eu falava para que a Ana Lúcia Sanches “arrumasse essa manivela”, mas a coisa não andava. Daí nós criamos um programa maravilhoso chamado Escola Bem Cuidada. Começamos a desenferrujar. Fizemos o que tinha que fazer antes de pensar em qualquer outra coisa: nós cuidamos da parte física das escolas”, relembra, citando o programa que já recebeu mais de R$ 9 milhões de investimos para realizar reformas pontuais nas escolas.

O segundo passo foi elaborar ações voltadas para suprir as mais variadas necessidades – da ausência de aula presencial ao ensino de Jovens e Adultos. Com o Dandara e Piatã, segundo o prefeito, a meta agora é combater o racismo estrutural presente na cidade e no país. “Uns anos atrás veio um monge budista aqui em Diadema que me falou: “Eu sinto muito sofrimento aqui no Brasil. Principalmente dos negros e indígenas”. Aquilo me marcou muito. Desde então eu falo que temos que reconhecer esse sofrimento para poder combatê-lo. Esse sofrimento está no ar. Dá pra sentir. É por isso que um programa como este nasce não somente para educar. É para promover justiça histórica”.

Dandara e Piatã carrega o nome de símbolos de ambas as culturas (Dandara é africano, Piatã, indígena) e define uma série de medidas para efetivar as leis federais 10.639/2003, 11.645/2008,que obrigam tanto escolas públicas quanto particulares a incluírem os temas na grade curricular – fato que, na prática, ainda está bastante aquém do esperado.

Para saber mais sobre o programa acesse:

http://www.diadema.sp.gov.br/27331-diadema-lanca-programa-para-efetivar-estudos-de-culturas-africana-e-indigena-nas-escolas